4 oportunidades de mudança... para melhor

Ricardo MartinsCEO na CEGOC

Muito ouvimos e aprendemos sobre o perigo e o sofrimento causados pelo COVID-19 nas últimas semanas. Num contexto de crise como este, cruzámo-nos com o perigo, é certo, mas também nos cruzamos com um conjunto de oportunidades que fazem, de igual modo, parte desta nova realidade.

Abordo este tema sem a menor intenção de minimizar a gravidade da situação atual, mas antes para propor uma reflexão conjunta em torno da palavra Crise que na sua raiz etimológica – 'momento de decisão' nos remete, porventura de forma pouco evidente, também para a noção de oportunidade.
 
Na sua origem, a palavra Crise partilha o mesmo significado que a palavra “Crivo”. O crivo separa. No crivo, onde estão os bons e os que não devem continuar, é feita a escolha. O que é bom fica, o que não acrescenta valor é joio que será lançado fora.
Assim também será na crise que estamos a viver. Na peneira do mercado restarão aqueles que melhor forem capazes de aproveitar este período para se renovar e acelerar. Aproveite esta oportunidade para repensar prioridades, estreitar relações, redesenhar modelos de negócio e reforçar (ou adquirir) novas competências. Torne-se realmente BOM numa área do Saber Fazer porque dos “outros”, infelizmente, não rezará a História.
 
Uma "Crise" é sempre um momento de mudança... Pode não ser agradável, pode custar, mas é também uma oportunidade para fazermos um Reset e voltarmos ao ponto de partida, para criar algo novo, para seguir uma nova direção.

 


Por acreditar que este enorme desafio aos nossos sistemas atuais pode abrir novas janelas de oportunidade para mudanças há muito tempo esperadas, partilho uma lista de 4 oportunidades de mudança positiva que esta era de emergência a que assistimos pode trazer ao nosso mindset coletivo:

 

1. As virtudes da aprendizagem à distância e da telepresença.

O distanciamento social está a acontecer numa época em que, parcialmente pelo menos, a tecnologia nos permite estar socialmente distantes uns dos outros sem perder os laços de humanidade que nos unem. É certo que muitos dos problemas que poderiam ter sido resolvidos por e-mail rapidamente se resolveram mesmo por e-mail, mas para tudo o resto, existe a telepresença, as videoconferências e até mesmo os avatares digitais e palcos virtuais.
Quanto mais longa for a quarentena, melhor compreenderemos que tudo aquilo que nos aproximar, preferencialmente em HD, dos nossos entes queridos, colegas, formandos e clientes, será considerado um bálsamo. Cimeiras, concertos, eventos formativos em todo o mundo estão a ser viabilizados por meio de iterações digitais, dando um nova oportunidade ao planeta. O que hoje é considerado um estado de emergência poderá muito bem vir a ser o tão desejado alívio ecológico, colmatado e normalizado pelas potencialidades do Digital Presence, num contexto pós-vírus.
 

2. O mundo na era pós-pós-verdade.

E de repente, a realidade dos factos voltou a ser importante. Confrontados com uma série de cenários prospetivos, desde o mais tranquilizador ao francamente catastrófico, o que sentimos coletivamente é o mesmo: queremos poder confiar no que nos dizem e nos ensinam. Quanto devemos temer um espirro? Um aperto de mão? Está tudo sob controlo ou precisamos mesmo de abastecer-nos de comida e papel higiénico para ficarmos 6 meses em casa? Queremos saber… Não adivinhar. O rigor científico e o conhecimento empírico por detrás do que nos é dito voltou a ser valorizado e mais que nunca percebemos o perigo tanto da desinformação como da má formação, principalmente em tempos de crise.

 

3. Um novo olhar sobre aqueles que verdadeiramente são os nossos heróis.

O verdadeiro valor do trabalho e dos profissionais que mantêm vivas a nossa sociedade e saúde, está agora a ser profundamente sentido. Os pais que educam os seus filhos em casa aprenderam a expressar um novo apreço pelos professores. Os profissionais que recolhem o lixo, trabalham nas cadeias de distribuição, entregam em casa… estão a receber o devido reconhecimento pelos seus serviços. Prestadores de cuidados de saúde que arriscam a sua própria saúde por causa dos outros estão agora a ser devidamente valorizados.
Estamos a aprender o que é, de facto, essencial. Agora, mais do que nunca, em vez de retribuirmos os heróis desta crise com apenas aplausos, poderá esta súbita onda de valorização, em vez disso, traduzir-se numa melhor valorização e aumento da remuneração destes profissionais com papéis tão cruciais?

 

4. Sobre os Líderes do Futuro.

Temos hoje uma oportunidade, como nunca antes, para observar como os nossos líderes (governamentais, locais, empresariais, ...)  estão a lidar com o mesmo desafio, ao mesmo tempo, em todo o mundo. Assim que a “poeira assentar” e os resultados das suas (in)ações forem analisados, poderemos ver finalmente o que funcionou e o que não funcionou.
Mais do que isso, temos um exemplo demonstrativo de como as escolhas que fazemos sobre o tipo de programas de desenvolvimento e apoio a dar aos nossos Líderes do Futuro, não podem ser arbitrárias. Estão à vista as consequências de uma abordagem errática no momento errado, de decisões mais corporativas que cooperativas, de como ter uma visão sistémica em vez de cada qual ficar a olhar para o seu umbigo, é fundamental. Insistir no contrário não resolve nada, antes agrava tudo.
 
Estamos conscientes da nossa interdependência global há já algum tempo. Mas nunca o sentimos tanto como agora. Um vírus pode espalhar-se rapidamente e mudar-nos por completo, mas uma equipa coesa, num contexto nutritivo e com um propósito virtuoso também pode… Isso e muito mais!

Se esta "Crise" é realmente uma oportunidade de mudança, estando agora recolhidos e com mais tempo dentro das nossas casas, é seguramente uma oportunidade também para idealizar um novo futuro, reinventar os nossos modelos de negócio e reforçar as competências das nossas equipas e de nós próprios, para que este seja um tempo não apenas de sobrevivência, mas de crescimento e renovação perante a adversidade.

 

 

Para isso, no contexto da nossa vasta oferta de recursos de Digital Learning, fizemos uma seleção cuidada denovos percursos formativos, alinhada com as exigências de reforço de competências chave, atuais e do futuro, que denominámos READY2GO DIGITAL e que poderá CONSULTAR AQUI.

Também reforçámos a campanha de webinaresKEEP CALM & START LEARNING, com 4 novos temas (inteiramente gratuitos!), além dos 8 que já tínhamos proposto desde o arranque da campanha, desta feita mais centrados na defesa do seu Bem-Estar mental e emocional, que esperamos que possam ser úteis para ajudá-lo a enfrentar este período conturbado.
 
São eles…

 

Fique atento porque estes webinares continuam a esgotar muito rapidamente as duas edições previstas, todavia ainda há vagas e recordo que poderá sempre aceder à versão gravada que continuaremos a disponibilizar através da nossa Learning Hub.

Escrito por

Ricardo Martins

Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia do Porto e formado em Gestão e Marketing pelo INSEAD, Ricardo Martins soma no seu currículo uma experiência nacional e internacional de mais de 20 anos nas áreas de consultoria, formação e desenvolvimento profissional. Depois de integrar a Global Team International Marketing Consultants, onde trabalhou na implementação de projetos de Marketing Operacional aplicados a empresas de renome como a Coca-cola, Heineken, P&G ocupa atualmente o cargo de Diretor Geral da CEGOC em Portugal. A CEGOC integra o Grupo CEGOS, líder internacional na área de Learning & Development, com quase um século de experiência e presença ativa em mais de 50 países.
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