Gestão de crises: melhores práticas para os RH

Maria João CeitilManaging Director FranklinCovey PT | Head of Integrated Solutions Cegoc

O mundo está a viver momentos intensos, enfrentando uma situação que terá impactos na capacidade produtiva e potenciais efeitos nos sistemas sociais. Muitas organizações de saúde (a começar pela OMS) prepararam orientações para as empresas e as pessoas. Empresas complexas como as multinacionais, devido à sua exposição a vários territórios e culturas, estão a trabalhar no sentido de introduzir numerosas medidas de precaução, que dêem resposta a necessidades globais e locais.

Neste cenário, que medidas devem as empresas tomar para prevenir os riscos e gerir as crises, assegurando uma produtividade adequada?

 

 

Comunicação interna

A função RH tem, em primeiro lugar, a responsabilidade de promover uma comunicação interna eficaz, para divulgar decisões oficiais, orientações e conselhos propostos pelas instituições nacionais de saúde.

É importante terpresente a possível preocupação das pessoas e o risco concreto de propagação decomportamentos irracionais e/ou improdutivos. Trata-se, portanto, de aumentar asensibilização da população organizacional para os riscos, os comportamentosdesejáveis e as diferentes responsabilidades. Não basta simplesmente informarsobre as regras e procedimentos.

Comunicar bem éessencial, mas também é necessário preparar planos a longo prazo.

 

Planeamento a longo prazo

A preparação para uma crise exige que se considerem vários aspetos fundamentais. Muitos riscos são por vezes ignorados e/ou subestimados, o que pode trazer graves consequências, particularmente em situações em que a segurança dos trabalhadores está envolvida. As organizações nem sempre têm os conhecimentos necessários para identificar e precaver todos os riscos existentes. É necessário dedicar tempo e atenção para analisar todo o conhecimento científico existente, bem como realizar uma profunda analise dos riscos existentes em cada organização.

A elaboraçãoprévia de um plano de ação básico permitirá à gestão de topo concentrar-se naelaboração de uma estratégia de recuperação da empresa, com a garantia de quejá estruturou as ações necessárias para satisfazer as necessidades imediatasdos colaboradores.

 

Melhores práticas para uma gestão adequada da crise

Entre os elementos que devem ser considerados a fim de preparar uma correta gestão de crise destacamos:

  • Preparar um plano de ação e um plano decomunicação para chegar a todos colaboradores em tempos de crise, quando oscanais de comunicação normais e o acesso aos documentos podem não estardisponíveis;
  • Organizar planos de contingência paracumprir obrigações administrativas (garantindo que o processo core da empresase mantêm operacionais);
  • Verificar a disponibilidade local deserviços de cuidados (tanto de saúde como sociais) para os trabalhadores;
  • Desenvolver um plano para responder aeventos razoavelmente previstos, tais como eventos climáticos, emergênciassanitárias ou conflitos interpessoais no local de trabalho. É importante que ostrabalhadores saibam para onde se devem dirigir e o que fazer em cada situaçãopossível de emergência;
  • Proteção do capital intelectual e humano.Não se trata apenas de segredos comerciais, se é que existem, mas também, esobretudo, da questão da retenção de know how interno. Uma crise mal geridaconduz frequentemente a uma quebra na confiança dos trabalhadores na empresa epode conduzir a saídas imprevistas, bem como situações de emergência levamtambém a novas formas de trabalhar e gerir a informação com impacto a nível dasegurança de dados, pelo que é necessário definir procedimentos para garantir eproteger a propriedade intelectual e o acesso a informação.

Vivemos hoje uma emergência específica, uma crise de que não estávamos à espera, para a qual não estávamos preparados, mas que usemos este tempo e esta adaptação de forma a não só ultrapassarmos o que vivemos hoje, mas de forma a estarmos melhor preparados para tudo o que venha amanhã.

 

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Escrito por

Maria João Ceitil

Detentora de uma vasta experiência como Consultora e Formadora nos domínios de Gestão de Recursos Humanos, Gestão da Performance Organizacional e Executive Coach.

Ao nível da formação superior, possui um Mestrado Integrado em Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), um Mestrado em Gestão do Potencial Humano pelo Instituto Superior de Gestão (ISEG) e uma Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Humanos, na Perspectiva da Gestão com as Pessoas, pela Universidade Lusófona.

Possui também diversas certificações e formações, nomeadamente a Certificação em Executive Coaching pela Escola Europeia de Coaching de Lisboa, a certificação em Dynamic Coaching pela Go4 Consulting e a Formação Pedagógica Inicial de Formadores pela CEGOC.

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