Um novo olhar sobre a (trans)formação através de vídeos

Cátia SilvaHead of Open Courses Business at CEGOC

É notória a ascensão massiva e contínua do vídeo no nosso dia a dia. Este formato permite o acesso fácil, intuitivo e a baixo custo a todo o tipo de conteúdos – desde filmes e séries na Internet, arquivos e documentários anteriormente apenas disponíveis em bibliotecas ou estações televisivas até ao acesso a eventos e conferências ao vivo e via live streaming. Segundo a Cisco, 80% dos conteúdos que circulam hoje na Internet são vídeos. E embora a utilização de vídeos não seja novidade no campo da aprendizagem ao longo da vida, está claro que abre a porta a um novo mundo de possibilidades.

As novas aspirações da formação e transformação das pessoas ao nível organizacional estão alinhadas com a própria rotina diária dos colaboradores de hoje, caracterizada, por um lado, pelo acesso simples e rápido à informação a qualquer hora e em qualquer lugar e dispositivo; e, por outro, pela sobrecarga informativa que deu lugar a novas fontes de interrupção que culminam numa diminuição da sua capacidade de atenção. Segundo estudos da Bersin by Deloitte, chegamos a desbloquear os smartphones até 9 vezes por hora e somos interrompidos a cada 5 minutos por aplicações no local de trabalho.

 

 


Neste cenário, como incorporar os vídeos ao nível do desenho, desenvolvimento e incremento dos percursos formativos, respeitando as suas especificidades? Como garantir a dinâmica e o envolvimento dos participantes, mas simultaneamente promover a eficácia e responder às suas necessidades e desafios?

 

Utilizar o storytelling para captar a audiência


Durante a TED Talk da game designer Jane McGonigal, os participantes deixaram de olhar para os telemóveis e falar com os colegas do lado. Porquê? Porque a oradora conseguiu chamar a atenção da audiência nos minutos iniciais e envolvê-la assim durante os minutos seguintes e até à conclusão da apresentação. Esta mesma estratégia, que assenta nos princípios fundamentais do storytelling, pode (e deve) ser aplicada nos vídeos destinados à aprendizagem.

 

Demonstrar “competências” técnicas através do vídeo


O YouTube aparece entre as melhores ferramentas de aprendizagem no estudo “Top 200 Tools for Learning 2018” da C4LP. E o facto é que todos os dias surgem novos tutoriais que mostram como aprender a fazer as mais variadas coisas. No entanto, “ver” não é a mesma coisa que “fazer” e torna-se evidente que para aprender a tocar guitarra, por exemplo, é preciso colocar em prática numa guitarra a informação contida e visualizada nos tutoriais.

Enquanto líderes na transformação e desenvolvimento das pessoas nas organizações através da efetiva aquisição de conhecimentos e competências e da sua transferência para o contexto real de trabalho, na CEGOC acreditamos que devemos estar atentos e acompanhar os novos hábitos dos formandos. Contudo, é necessário permanecermos lúcidos face às mudanças demasiado rápidas ou drásticas.

 

4REAL® - Real Efficient Adapted Learning

 

Neste contexto, a CEGOC lançou a nova abordagem formativa 4REAL® – que explora as vantagens dos recursos digitais e também do formato vídeo, nomeadamente através de vídeos motivacionais, videocasts(vídeos de curta duração sobre um tema específico, como a representação de um problema, situação ou ideia); ou módulos focus (sequências de aprendizagem em vídeo com exercícios, focadas num só objetivo pedagógico e de curta duração). Esta solução blended procura, sobretudo, envolver os participantes, promover o engagement, e melhorar a sua experiência de aprendizagem.

Mais do que isso, a abordagem 4REAL® integra a personalização do percurso de cada colaborador, envolvendo as chefias diretas para acompanhar e impulsionar a aprendizagem e apoiar a sua implementação no terreno. Acreditamos que é a partir deste renovado equilíbrio entre sessões presenciais e online – e enriquecidas com vídeos – que conseguimos garantir a otimização do tempo dedicado à aprendizagem e a relação entre o investimento na formação e os resultados obtidos. E acreditamos que o futuro da (trans)formação passa por abordagens 360º como esta, capazes de reinventar a experiência de aprendizagem e incrementar a performance de forma integrada, sustentável e com resultados a curto, médio e longo prazo.

 

 

* Este artigo foi originalmente publicado na revista  Líder.

Escrito por

Cátia Silva

Licenciatura em Psicologia Social e das Organizações pelo ISCTE. Mestrado em Direção Comercial e Marketing pelo “Instituto Universitario de Posgrado” em Espanha.MBA Executivo em Gestão de Recursos Humanos pela Escola de Gestão & Negócios – Universidade Autónoma de Lisboa. Professional Diploma in Marketing Digital, pelo Digital Marketing Institute.

Practitioner em Programação Neuro Linguística pela “The Northern School of NLP & Associated Studies” no Reino Unido. Responsável pela Formação Inter Empresas CEGOC no seu todo e pela oferta específica na área de Vendas & Negociação Comercial tem, também, experiência na Gestão de Carteira de Clientes e na Gestão de Projetos de Intervenção/Formação.

Responsável pela condução de ações de formação em diversas geografias (Europa, América Latina e África), através de distintas modalidades (formação presencial, 100% digital, blended e outdoor).

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