Tomar decisões – individualmente ou em grupo?

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach

A crescente complexidade das organizações e o valor atribuído à participação dos colaboradores contribuem para que os processos de decisão sejam cada vez mais em equipa. No entanto, o processo pode revelar-se moroso e levar a que os intervenientes se sintam frustrados, ou que estão a desperdiçar o seu tempo.

Tomada de decisão individual ou em grupo

Saber quando consultar os parceiros ou colaboradores na tomada de decisão, ou realizá-la de forma individual, pode ser um desafio para um líder e gestor, no entanto (e como as empresas estão cada vez mais preocupadas em atender às necessidades dos seus colaboradores de uma forma igualitária) é muitas vezes um recurso utilizado pelas organizações na tomada de decisão, apresentando níveis de qualidade superiores aos da tomada de decisão individual.

No entanto, não deixa de estar dependente de um conjunto de variáveis que podem influenciar o resultado final, nomeadamente:

  • As capacidades individuais dos membros;
  • A qualidade da informação partilhada;
  • A dimensão do grupo;
  • A natureza do problema.

Como já todos sentimos, o local de trabalho pode estar repleto de desafios e nem sempre é fácil chegar-se a uma decisão enquanto grupo, já que isso acarreta chegar a um acordo comum, gerir expetativas, discutir ideias, procurar consensos e evitar conflitos, no fundo, fazer alianças e concessões em função de um bem maior e comum: o grupo.

Vantagens e desvantagens na tomada de decisão em grupo

Para saber em que circunstâncias é mais adequada uma decisão coletiva ou individual, há vantagens e desvantagens que deverão ser analisadas e levadas em consideração, assim como as formas como as mesmas afetam as partes.

Algumas das vantagens na decisão de grupo podem manifestar-se dos seguintes modos:

  • Uma maior probabilidade de se chegar a uma solução de maior qualidade e precisão;
  • Maior partilha de informação entre seus membros;
  • Maior diversidade de experiências e perspetivas sobre os diversos assuntos;
  • Mais alternativas para solucionar o problema;
  • As pessoas sentem-se mais motivadas, pois sentem que a sua opinião contribuiu para uma solução final e que foi importante.

Como desvantagens podemos identificar as seguintes situações:

  • Processo mais demorado;
  • O grupo necessita de conciliar horário e tempo para chegar a uma solução;
  • Poderá existir um impasse mais prolongado precisamente por não se chegar a um consenso que seja apoiado pela maioria;
  • Poderão ocorrer discussões entre os membros;
  • Diluição de responsabilidades quanto aos resultados da decisão.
Gerir equipas nas várias situações de adversidade

Contudo, numa tomada de decisão individual, estas variáveis não entram em linha de conta, uma vez que o processo está centrado apenas numa única pessoa que identifica e presume todas as fases sozinho. O autor Sebastião Teixeira enuncia os passos de uma tomada de decisão:

a) identificação do problema – onde se deverá fazer uma comparação entre a situação atual e algum padrão, que poderá ser o desempenho anterior, ou decisões tomadas por uma administração ou gestão anterior;

b) desenvolvimento de alternativas, o que implica que se liste as alternativas viáveis que poderiam resolver o problema, sem ter sido feita, nenhuma avaliação das alternativas identificadas;

c) seleção da alternativa, onde já foram determinados todos os fatores pertinentes da decisão, atribuídas remunerações de forma apropriada e identificadas alternativas viáveis;

d) escolha da alternativa que teve a melhor nota final;

e) implementação, onde se coloca a mesma em prática;

Quer na tomada de decisão individual, quer em grupo, é necessário que, por mais vantagens ou desvantagens que as mesmas tenham, sejam conduzidas por um líder que possa orientar os restantes elementos, fazendo um balanço e controle de julgamentos e ideias, funcionando como filtro e contrapeso, de forma a que face às contrariedades, se chegue à desejada meta da solução final.

Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
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