Ser “Perennial” – Uma mentalidade, não uma idade

Maria João CeitilManaging Director FranklinCovey PT | Head of Integrated Solutions Cegoc

Depois de anos e anos a categorizar os perfis de pessoas com base na sua geração, e a definir modelos de gestão de talentos para os Baby Boomers, Geração X, Millenials, ou Geração Z, chegou o momento de olharmos com atenção para a Ageless Generation (Geração sem Idade), os Perennials.  

O termo foi introduzido em 2016 por Gina Pell, uma diretora criativa americana, que caracteriza os Perennials como um grupo de “pessoas florescentes, curiosas, de TODAS as idades que vivem no presente, sabem o que está a acontecer no mundo, mantêm-se atualizadas com a tecnologia e têm amigos de todas as idades.” 

Vai gostar de conhecer os Perennials”! 

Os perennials são pessoas de qualquer idade, jovens ou adultos de qualquer geração, mas que não se enquadram nos protótipos e estereótipos definidos para categorizar as pessoas pela idade. São pessoas que se envolvem, que são movidas por uma paixão constante pela aprendizagem, e que se adaptam perfeitamente a qualquer contexto, a novas maneiras de estar, a diferentes instrumentos de trabalho, e a qualquer contexto em que se queiram enquadrar.  

O conceito subjacente é o de que não interessa a idade que temos, mas sim a mentalidade que temos. 

Vivemos num mundo tão plural, tão diversificado, que limitar a nossa análise com base em categorizações generalistas com base na geração de nascimento (ou qualquer outra categorização) poderá conduzir-nos a perder o poderoso insight sobre as capacidades individuais de cada pessoa e levar-nos a condicionar o próprio comportamento das pessoas para se enquadrarem nessas categorizações.  

É verdade que definir mais um conceito, como o conceito de perennials, pode conduzir apenas a mais uma categorização que poderá provocar este mesmo impacto que se pretende evitar. Mas também é verdade que é importante definir conceitos, e está nas nossas mãos garantir que estes conceitos não se traduzem em categorizações generalistas.  

Ser perennial é acima de tudo um mindset, uma maneira de estar na vida, e no trabalho. Os perennials são pessoas curiosas, pessoas que querem fazer parte de algo maior, que querem deixar uma marca na sociedade e no contexto que os rodeia, que procuram inspirar e serem inspirados para crescer, aprender e descobrir formas de se tornarem melhores, e tornar o mundo melhor.  

São colaboradores ativos, demonstram um pensamento global, são inclusivos, assumem riscos, mantém-se em constante desenvolvimento e ajudam os outros, seja numa ótica de mentoria, seja numa ótica de parceria efetiva com as pessoas que os rodeiam.  

Ter perennials nas equipas é uma garantia de ter uma energia mobilizadora para a aprendizagem, para a inclusão e para a inovação. Estes colaboradores são movidos por desafios, não têm receio de aprender novas ferramentas de trabalho, gostam de estar “na crista da onda”,  e acompanhar as tendências sociais, económicas e digitais. Não só não são resistentes à mudança, como são frequentemente os impulsionadores da mudança, com um elevado senso de ousadia e vontade de arriscar, para crescer e aprender.  

Como atrair e reter talento num mundo experiencial
Atrair e reter talento diferenciado

Valorizam a flexibilidade, o trabalho remoto, mas também o contacto próximo com os outros.

Não gostam de trabalhar sozinhos, mas valorizam bastante a flexibilidade para equilibrarem o seu estilo de vida pessoal com a vida profissional. Dada a sua natureza de permanente curiosidade gostam de se envolver em diferentes tipos de projetos e experiências, pessoais ou profissionais, e por isso precisam de alguma liberdade e flexibilidade para seguir as suas paixões. Mas não tenha qualquer dúvida, um perennial comprometido nunca o deixará ficar mal! 

Não interessa a idade, está na hora de valorizar a mentalidade.  

Escrito por

Maria João Ceitil

Detentora de uma vasta experiência como Consultora e Formadora nos domínios de Gestão de Recursos Humanos, Gestão da Performance Organizacional e Executive Coach.

Ao nível da formação superior, possui um Mestrado Integrado em Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), um Mestrado em Gestão do Potencial Humano pelo Instituto Superior de Gestão (ISEG) e uma Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Humanos, na Perspectiva da Gestão com as Pessoas, pela Universidade Lusófona.

Possui também diversas certificações e formações, nomeadamente a Certificação em Executive Coaching pela Escola Europeia de Coaching de Lisboa, a certificação em Dynamic Coaching pela Go4 Consulting e a Formação Pedagógica Inicial de Formadores pela CEGOC.

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