Smart Working: 10 dicas para trabalhar em casa

Maria João CeitilManaging Director FranklinCovey PT | Head of Integrated Solutions Cegoc

Através de práticas que adicionam maior flexibilidade e inovação aos métodos de trabalho, e com base nos princípios Agile, é possível realizar tarefas com mais eficácia e melhores resultados.

Os efeitos da pandemia COVID-19 levaram muitas organizações a pensarem novas formas de proteção da saúde dos seus colaboradores e clientes, acelerando a difusão do trabalho remoto. Contudo, essa transformação do trabalho – que deveria ser encarada como uma situação desejada e um projeto de transformação organizacional, com fases, monitorização e avaliação do nível de produtividade e bem-estar dos colaboradores – acabou por ser implementada de forma repentina, traumática e muitas vezes sobreposta às necessidades de gestão familiar de cada um (dada a situação de emergência, que conduziu ao encerramento das escolas e à suspensão parcial dos serviços para idosos).

 

 

Nestas circunstâncias, e considerando as situações emocionais da mudança imposta, é determinante adotar um novo mindset Agile (uma nova maneira de pensar e agir, que significa não apenas fazer mais rápido, mas evitar o desperdício de fazer mais do que o necessário). Mais importante ainda, é necessário aplicar os princípios Agile ao Smart Working – uma forma de trabalhar “mais inteligente”, que inclui a transferência do local de trabalho para qualquer localização, com total flexibilidade, autonomia e possibilidades de interação e partilhagraças a novas plataformas que permitem, cada vez mais, humanizar a comunicação e interação não presencial.

 

Partilhamos, por isso, 10 dicas que vão ajudá-lo a implementar o Smart Working na sua própria casa:

1 – Crie uma rotina de trabalho exequível com a gestão familiar:

Aproveite a localização e os horários flexíveis para promover a suaauto-organização. Identifique o seu objetivo diário e lute para o alcançar, delimite períodos de atividade pessoal e profissional, evitando quanto possível as interrupções constantes. Mas não se esqueça que também precisa de momentos de lazer e descanso na mesma proporção para conseguir manter o equilíbrio!

 

2 – Explore corretamente as ferramentas digitais:

Na impossibilidade do contacto presencial, aproveite as plataformas digitais para realização de reuniões, entrevistas, partilha de conteúdos, gestão e monitorização de tarefas… Verifique a sua caixa de e-mail e as notificações com uma cadência definida (30 minutos, por exemplo) e evite o excesso de comunicações, de forma a permitir maiores períodos de concentração, assim como o direito à desconexão dos demais.

 

3 – Reforce a liderança e a responsabilidade partilhada:

Manter a coesão das equipas e da organização é imprescindível, por isso cultive uma comunicação corporativa clara, honesta e consistente, que frise bem o papel e a importância de cada colaborador para ultrapassar os desafios da situação conturbada atual.

 

4 Promova a gestão por resultados e não por tarefas:

Negoceie com o seu gestor os outputs a produzir e alinhe com ele o método para reportar o resultado do seu trabalho. Depois, liste as ações necessárias, classificando-as por prioridade e objetivo – assim conseguirá estabelecer um foco maior no que deve ser feito, cumprir os prazos estabelecidos e evitar a procrastinação (que pode ser mais comum trabalhando em casa).

 

5 – Faça reuniões frequentes e eficazes:

Não deve dispensar a conectividade e a partilha, pelo que é recomendado promover reuniões frequentes entre gestor e colegas de trabalho – sem esquecer também os clientes e fornecedores. Estes momentos são cruciais para manter a “rotina de trabalho”, atribuir tarefas, avaliar o trabalho realizado, alinhar propósitos e decidir o que mudar ou melhorar, mesmo estando fora do escritório.

 

6 – Tire proveito da flexibilidade de processos:

Independentemente dos horários e processos escolhidos (ou possíveis), estes devem ser flexíveis e estar adaptados às diferentes necessidades de cada colaborador. É importante respeitar as novas rotinas de trabalho e evitar extrapolá-las, já que trabalhar em casa não significa trabalhar mais (ou menos). O objetivo é que atinja os mesmos níveis de produtividade e desempenho que na sua rotina habitual.

 

7 – Promova o alinhamento e no feedback:

Fortaleça o trabalho de equipa à distância entre colegas, entre gestores e equipas e inter-equipas. Isto ajudará a que se continue a sentir motivado e parte da equipa, já que nestes espaços virtuais de feedback vai poder trocar opiniões, colaborar, discutir o progresso no trabalho e criar oportunidades de socialização.

 

8 – Aposte nos projetos e desafios multi-disciplinares:

Num mundo cada vez mais global e em constante mutação, é fundamental desenvolver competências multidisciplinares com a ajuda de outras pessoas e equipas dentro (e fora) da mesma organização. Esta é uma forma de crescer profissionalmente e aprender a respeitar e lidar com a diversidade e a complexidade dos contextos de forma mais ágil, precisa e eficaz.

 

9 – Promova uma cultura de confiança, não de controlo:

Em tempos conturbados é ainda mais importante conseguir manter uma atmosfera positiva, confiante e construtiva. Promova a proximidade, aprenda a delegar tarefas e confie no sentido de responsabilidade das pessoas que trabalham consigo.

 

10 – Continue a apostar na aprendizagem contínua:

Em circunstâncias extraordinárias como as que vivemos atualmente, a disseminação do conhecimento e o desenvolvimento das pessoas continuam a ser aspetos fundamentais para a competitividade presente e futura das organizações. Aproveite as iniciativas digitais disponíveis, como é o caso da renovada oferta formativa da CEGOC, que inclui módulos de eLearning, classes virtuais, sessões de e-Coaching, atividades práticas On-Job, entre outras atividades para uma aprendizagem 100% online.

 

*Este artigo foi publicado originalmente no Observador.

Escrito por

Maria João Ceitil

Detentora de uma vasta experiência como Consultora e Formadora nos domínios de Gestão de Recursos Humanos, Gestão da Performance Organizacional e Executive Coach.

Ao nível da formação superior, possui um Mestrado Integrado em Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), um Mestrado em Gestão do Potencial Humano pelo Instituto Superior de Gestão (ISEG) e uma Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Humanos, na Perspectiva da Gestão com as Pessoas, pela Universidade Lusófona.

Possui também diversas certificações e formações, nomeadamente a Certificação em Executive Coaching pela Escola Europeia de Coaching de Lisboa, a certificação em Dynamic Coaching pela Go4 Consulting e a Formação Pedagógica Inicial de Formadores pela CEGOC.

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