As geometrias das culturas

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach

As culturas das empresas são geométricas. Quando estudamos geometria e pensamos na forma, tamanho e posição relativa das diferentes figuras no espaço, lembrar-nos-emos de diferentes polígonos, círculos onde de forma surpreendente conseguiremos vislumbrar diferentes culturas empresariais.

 

 

Ora vejamos: uma cultura cuja visão, missão e valores são absorvidos, partilhados, “comungados” pelos colaboradores, onde os fluxos de comunicação formais e/ou informais top-down, down-top, side by side são estimulados, onde a diversidade e diferenciação é bem acolhida será comparada em geometria a um círculo. Dentro do círculo todos os colaboradores interagem, fora e dentro dos raios, convergindo para o Centro, construindo um corpo comum.

Se tivermos uma cultura onde a visão, missão e valores (que por sinal até podem estar definidos e escritos na pedra) mas que não são absorvidos, partilhados e “comungados” pela organização e se a isto adicionarmos falta de integração e interação top-down, down-top, side by side, bem como lideranças pouco preparadas e distantes, então chegaremos ao famoso polígono regular: o quadrado. No quadrado, cada parte do todo encosta-se aos cantos, defendendo os ângulos retos como se defesas dos castelos medievais se tratasse. Com ângulos retos defendidos, evita-se a exposição, partilha, convivência. Esta retidão do polígono bem como dos seus ângulos diz bem sobre a rigidez de comunicação, da dificuldade de interação e aceitação de diferenciação ou diversidade…

Podemos encontrar também culturas triangulares, culturas onde visão, missão e valores são compreendidos, partilhados mas apenas com uma parte da organização; se dividirmos o triângulo ao meio ficaremos com um triângulo menor - a parte que comunga a estratégia, os valores, etc…, deixando a base com a forma de um polígono irregular como a parte onde a mensagem não chega por estar distante do topo. Neste polígono encontram-se culturas díspares da preconizada para a empresa.

No meu percurso profissional já vivi os 3tipos de culturas e também algumas outras figuras geométricas culturais: nohexágono, no acutângulo e até no Pentágono…

 

Questiono-me sobre qual será a geometria mais adequada no mundo VUCA, onde ser rápido, ágil e empático é a palavra de ordem para eficácia da operação.

 

Confesso que não tenho dúvidas, o ideal é que a cultura da organização seja redonda qual círculo perfeito atenuando as virtudes e dores deste mundo em transformação permanente.

Empresas com geometrias quadradas, retangulares e triangulares estarão condenadas a maiores dissabores na retenção e captação de pessoas, logo na obtenção de resultados.

As tendências mostram-nos que as culturas redondas, policromadas, comungadas e partilhadas aumentam a probabilidade do sucesso.

Se os nossos antepassados resolveram a quadratura do círculo, que não sendo um problema resolúvel usando apenas a régua e compasso ,é contornado usando outras técnicas matemáticas. Também cabe às organizações serem inteligentes e transformarem a área do quadrado em círculo usando equações que nem sempre são evidentes.


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Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
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