A inovação deve ser transversal a toda a organização. Não só ao nível da oferta (produtos ou serviços) e do serviço de apoio ao cliente, mas também ao nível interno (gestão do conhecimento, dos recursos humanos e financeiros, geração de valor ou otimização de processos).
Se aplicar a inovação de forma transversal pela empresa é importante considerar toda a comunidade que interage com ela (colaboradores, clientes, todos os fornecedores e, idealmente, a comunidade onde estão inseridos).
Lembre-se: inovar não é um bicho de sete cabeças. Há medidas simples que pode implementar e que a longo prazo trarão resultados positivos.
Inovar com foco no mercado normalmente traduz-se num departamento que gere a Investigação e Desenvolvimento (I&D) e que cria os produtos/serviços do futuro. Podem existir cargos rotativos para que todos os elementos da empresa contribuam para a I&D. Também pode envolver os clientes ou fornecedores, nas várias fases de desenvolvimento: do debate surgirão valiosas informações.
Como potenciar este tipo de inovação?
• Peça aos colaboradores que invistam uma % da sua semana de trabalho em I&D na sua área e promova a partilha desse conhecimento. Defina objetivos específicos e mensuráveis.
Exemplo: engenheiro alimentar dedica 2 horas da sua semana a ler revistas da especialidade e a preparar um resumo das novidades com os colegas (a integrar na newsletter/blog/intranet/outros).
• Fomente o conhecimento colectivo. Na sua comunicação interna, inclua notícias semanais de cada departamento: fomenta a correlação de conhecimento e potencia a inovação.
Exemplo: Na mesma comunicação interna lê-se que o departamento de marketing indica a personalização como uma forte tendência no segmento das barritas energéticas e que o departamento de engenharia alimentar encontrou uma nova tecnologia produtiva que simplifica a alteração de ingredientes. Ao ler esta informação será natural querer lançar um novo segmento de produtos!
• Crie um prémio anual de inovação para a melhor ideia de mercado. Regulamente tudo desde as condições de participação, prémios, critérios de avaliação e condições de futura implementação.
Inovar para melhorar o desempenho interno
Todas as cadeias de fornecimento podem ser melhoradas e, regra geral, a otimização não passa apenas pela capacidade tecnológica. À medida que as organizações vão crescendo, há um sem número de procedimentos que são criados para ajustar à nova operação. O que por vezes origina ineficiências que nem sempre são fáceis de identificar e que poderiam melhorar o ambiente de trabalho, a felicidade de um fornecedor ou do consumidor final. Como combater estas ineficiências sem comprometer o dia-a-dia da organização?
Eis algumas sugestões:
• Escute os colaboradores. Coloque várias caixas de sugestões pela empresa para que seja simples fazer uma sugestão de melhoria. Esclareça como serão usadas: cadência de leitura, quem fica responsável e como será dado o seguimento. Se os colaboradores se identificarem, dê feedback.
• Crie mecanismos para ouvir os clientes seja testando novos produtos ou respondendo a inquéritos. Pode incentivá-los oferecendo condições especiais aos que forem mais participativos. A informação vai ajudar a identificar as dores que a sua oferta resolve (ou poderá vir a resolver).
• Mantenha os canais de comunicação com os fornecedores abertos. Não se limite ao contacto da operação (compra > venda). Pode alargar algumas das ações anteriormente identificadas aos fornecedores. Ficará espantado com os resultados!
Para saber mais sobre este tema, recomendo o livro "Winning At Innovation: The A-to-F Model" de by Philip Kotler e Fernando Trías de Bes.
