A cultura organizacional sob o imperativo do crescimento

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach

A crisefinanceira mundial e as crises bancárias que lhe estiveram associadas numpassado recente levaram várias organizações a redirecionar o seu focoestratégico com a proposta de reduzir custos aumentando a eficiência. Contudo,como referiu um antigo CEO da PepsiCo “Nãose pode prosperar se só nos focarmos na poupança”.

Hoje a pressão e os bloqueios com que nos defrontamos são outros. Num ambiente cada vez mais complexo, volátil e competitivo que obriga as organizações a reavaliar os seus modelos e práticas de negócio, há um desafio que sobressai: fazer cada vez mais com cada vez menos recursos.

Mas será uma corrida estritamente focada em atingir resultados a qualquer custoa melhor opção para organizações com ambições de crescimento? Pelo contrário. Uma obsessão desmedida por resultados imediatos e excecionais pode acabar por minar o desempenho organizacional ao elevar os seus níveis de stress, sobrecarregar os colaboradores para além do seu limite e aniquilar os seus níveis de engagement e motivação com impacto na sua produtividade. E sabemos que não é em ambientes instáveis que atingimos o nosso máximo potencial.

 

 

A promoção e odesenvolvimento de uma cultura de crescimento focada na sustentabilidade amédio e longo prazo, por outro lado, é um dos fatores que podem ser encontradosno ADN das empresas com um crescimento sólido, contínuo e sustentável. Umaorganização que almeja ter resultados acima da média e alcançar destaquediferenciado no seu mercado, precisa de investir continuamente em iniciativasde crescimento alinhadas com o seu propósito e valores da empresa.

 

De forma a mapear o ADN de crescimento da sua organização e determinar se está ou não preparado para a transformação dos mercados em curso, sugerimos começar por estas 7 perguntas-chave que o podem ajudar a refletir sobre o futuro da sua organização:

  1. Dedica pelo menos 20% do seu tempo a focar-se em iniciativas de crescimento?
  2. Que iniciativas de crescimento concretas estão a ser implementadas e acompanhadas de forma consistente?
  3. O crescimento da sua organização é alcançado através de iniciativas táticas ou é um processo estruturado e aperfeiçoado em equipa que envolve uma série de etapas coerentes e recorrentes?
  4. Os gestores de topo da sua empresa visitam regularmente os clientes para recolher insights que depois são levados à prática?
  5. Há um orçamento exclusivamente alocado a iniciativas de crescimento?
  6. Existe um processo de geração, partilha e seleção de ideias capaz de gerar novos projetos de crescimento, passíveis de serem concretizados em tempo útil?
  7. Promove periodicamente uma reflexão interna para recolher novas e melhores formas de aproveitar o talento das suas pessoas e aumentar a produtividade dos recursos disponíveis?

 

Embora o buliço do dia a dia das nossas empresas nos leve muitas vezes a adiar iniciativas de crescimento, preterindo-as por tarefas urgentes que conduzem a resultados imediatos mas podem condicionar o desenvolvimento futuro, a verdade é que o crescimento estruturado é o combustível que alavanca a capacidade de superação e a excelência de atuação nas empresas centenárias.

Instalar uma cultura de crescimento é, por isso, um imperativo para todas as organizações que pretendam, em última análise, mais do que sobreviver, aproveitar as oportunidades que esta era da aceleração e transformação tecnológica que atravessamos nos oferece.

É um desafio incontornável apenas ao alcance de organizações ambiciosas, ágeis e abertas elas próprias à transformação. É esse o caso da sua organização?

 

* Este artigo foi originalmente publicado no InfoRH.

Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
Saiba mais