Tomar decisões? Nunca ninguém disse que era fácil!

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach

Quem gere ou lidera sabe que não existe um dia igual ao outro e que os desafios surgem a qualquer momento. Todos os desafios acarretam uma necessidade de tomar decisões, mais ou menos importantes, que podem fazer a diferença no futuro — no nosso, no de outras pessoas ou no do negócio em si.

 

 

A tomada de decisão no contexto da Liderança

Decidir num contexto de liderança implica ter a capacidade de analisar constantemente o negócio, diagnosticar as falhas e encontrar soluções. Todos os processos, em determinada altura, exigem alguma adaptação de percurso, detalhe ou objetivo e é fundamental que quem os gere tenha a capacidade de tomar decisões que beneficiem todos os envolvidos.

 

"... a essência da liderança reside nas decisões acertadas. A tarefa mais importante de um líder é tomar as decisões certas. Perante situações de ambiguidade, incerteza ou conflito, os líderes têm de tomar decisões que assegurem a sobrevivência ou o êxito das empresas, muitas vezes sob pressão. É assim que os líderes valorizam as organizações. Levam-nas ao êxito recorrendo a situações criteriosas, tomando decisões acertadas e zelando pela sua execução.” (Noel M. Tichy & Warren G. Bennis, Decidir, 2010)

 

Quer se fale de presidentes de nações, administradores executivos, treinadores de topo, ou generais, os líderes são recordados pelas suas melhores e piores decisões. Perante a ambiguidade, incerteza e exigências convergentes, a qualidade da decisão de um líder determina o destino de qualquer organização. É por isso que o discernimento é a essência da liderança. Mas para o processo de tomada de decisão ocorrer, vários aspetos concorrem, levando o indivíduo a percorrer um caminho que o ajudará a tomar a decisão mais adequada de acordo com o seu estilo pessoal.

 

Estilos e processos de tomada de decisão

Decidir significa sempre optar. Escolher um caminho em detrimento do outro, abandonar algumas hipóteses, apostar noutras… Em linguagem corrente, a pergunta que se poderá colocar é a seguinte: "cabeça ou coração"?.

 

Processo racional de tomada de decisão

No processo racional de tomada de decisão, cada indivíduo decide em função de dois aspetos: a probabilidade de cada alternativa conduzir ao resultado desejado e a utilidade esperada de cada alternativa, ou seja, o valor que as consequências de cada alternativa possuem para o decisor.

A racionalidade, que comporta muita informação, nem sempre é suficientemente forte para nos ajudar a decidir, por isso a constatação das limitações da racionalidade nos processos de decisão levou muitos investigadores a interessarem-se pela natureza da intuição.

Se, por um lado, a razão remete as decisões para um conhecimento objetivo, a intuição leva-nos à aprendizagem resultante de experiências passadas, mais subjetivas. Analisar a informação para decidir com eficácia leva a que existam distorções e armadilhas na recolha e análise dos dados para a tomada de decisão, originando muitas vezes que os decisores façam julgamentos sobre a informação disponível e não sobre o que seria necessário para uma completa definição racional do problema.

 

Estilos individuais de tomada de decisão

Podem-se identificar quatro estilos individuais de tomada de decisão:

  • Diretivo — onde predomina o enfoque nos resultados e onde a reação é rápida e baseada em pouca informação, dando igualmente azo a poucas alternativas.
  • Analítico — é feita uma análise detalhada a uma grande quantidade de informação com a perspetiva de resolução dos problemas, no entanto, este estilo pode igualmente originar vários resultados, dificultando a tomada de decisão.
  • Concetual — predomina uma visão alargada dos problemas, com muita informação oriunda de fontes diversas e criatividade.
  • Comportamental — recorre a pouca informação e a processos intuitivos, que podem induzir em erro, colocando o enfoque na aceitação da decisão pelos outros.

Apesar dos processos e estilos existentes que podem ajudar o indivíduo a uma tomada de decisão serem muito variados, nem sempre é fácil, mesmo que existam objetivos bem definidos, alternativas de escolha conhecidas e preferenciais, recursos monetários ou outros igualmente disponíveis, quando tomamos decisões, raramente usufruímos destas condições.

Pode ainda dar-se o caso do indivíduo não ser capaz de definir bem o problema e/ou de encontrar soluções alternativas passíveis de resultados satisfatórios, conduzindo à incerteza.

Esta situação, todos os líderes procuram a todo o custo evitar. Afinal, liderar é gerir e tomar as decisões certas, no momento oportuno!

 


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Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
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