Liderança e Neurociência

Angela GaehtgensCoordenadora da Escola de Coaching Executivo da CEGOC

Quais os contributos da neurociência para a liderança e gestão de pessoas? A neurociência acrescenta valor na compreensão da estrutura e organização funcional do sistema nervoso e a relação do mesmo com o comportamento humano – trazendo, portanto, implicações significativas na gestão de recursos humanos.

 

Ser líder é muito mais do que levar um grupo de pessoas a atingir um determinado objetivo. Implica, para além da vertente racional implícita na gestão de pessoas, a compreensão e otimização dos seus fatores emocionais.

Contrariamente a paradigmas do passado nos quais a liderança estava intimamente associada à repressão, hoje em dia a liderança assenta em conceitos como liberdade, incentivo e motivação em prol de uma dinâmica interativa positiva e consequentemente, construtiva.

A neurociência assumiu um papel importantíssimo nesta mudança de perspetiva, ao proporcionar a compreensão da estrutura e organização funcional do sistema nervoso e a relação do mesmo com o comportamento humano – trazendo, portanto, implicações significativas na gestão de recursos humanos.

Em prol da sua sustentabilidade e sucesso, as organizações precisam encontrar formas de energizar as pessoas, de modo a que elas, para além das suas capacidades, ponham também no trabalho, a sua paixão e iniciativa.

 

Contribuição da neurociência na liderança e gestão de recursos humanos

A principal contribuição da neurociência na gestão de recursos humanos passou por considerar os elementos da equipa de trabalho como pessoas e não recursos, passando a valorizá-las com base em aptidões humanas. Isto resulta numa dinâmica propícia ao bem-estar comum e, consequentemente, ao aperfeiçoamento do desempenho.

Para ser um líder do futuro, a Neurociência tem uma influência fundamental. Trata-se de uma ciência relativamente nova, iniciada no final do século XIX, que realiza o estudo do desenvolvimento, química, estrutura, função e patologia do sistema nervoso (Bazzi, 2010), das suas composições moleculares e bioquímicas, e principalmente das diferentes manifestações do cérebro, através das nossas atividades intelectuais, tais como a linguagem, o reconhecimento das formas, a resolução de problemas e a preparação das ações.

 

Neuroliderança

A combinação de ciência e liderança foi designada Neuroliderança por David Rock em 2006, e define-se como “a combinação de princípios do funcionamento do cérebro, fruto de pesquisas neurocientíficas com as áreas de desenvolvimento de líderes, formação de gestão, change management, educação, consultoria e coaching, entre outras. O foco dessa pesquisa concentra-se em quatro grandes aspetos da prática da liderança:

  • Tomada de decisão e solução de problemas
  • Domínio emocional, especialmente quando sob pressão
  • Colaboração e trabalho em equipa
  • Promoção da mudança positiva

 

Toda esta matéria é da maior importância uma vez que quanto mais profunda e alargada for a compreensão do funcionamento do cérebro – maior será a nossa capacidade da sua utilização em processos como comunicação, motivação, gestão da mudança, desenvolvimento de talentos, maximização da performance, resolução de problemas, tomada de decisão, gestão de conflitos e negociação, influência e persuasão.

 

Daremos continuidade a esta temática num próximo artigo.

 

Para mais informação consulte a oferta da CEGOC ao nível da Liderança.

Escrito por

Angela Gaehtgens

Exerce a atividade de Coaching Executivo e Coaching de Equipas e assume a sua entrega ao Coaching como um processo natural e quase inevitável que tem como ponto de partida o seu background na área da Gestão de RH desenvolvido em contexto Organizacional, e ao facto de ter uma genuína curiosidade acerca do potencial de desenvolvimento das pessoas.Licenciada em Gestão de RH e Psicologia do Trabalho, colaborou em várias empresas do maior grupo económico privado português e conta ainda com uma vasta experiência de consultoria nesta área em empresas multinacionais.A sua passagem por alguns países estrangeiros, onde estudou, na Universidade de Sheffield, Reino Unido, e trabalhou, permite-lhe ainda ter uma visão mais alargada e profunda dos vários contextos e realidades multiculturais que se refletem na Liderança e na gestão organizacional.É Coach certificada ICF, com um programa ACTP e credenciada com o grau de PCC, tem certificação em Mentor Coach e tem desenvolvido muitas outras competências, no âmbito do desenvolvimento pessoal como Master Practitioner de Programação Neurolinguística, NLPU, Universidade da Santa Cruz na California, com Robert Dilts e Judith Deloizier. Colabora como coach trainer em programas ACTP e ACSTH, ICF.
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