Reagir, Antecipar, Captar

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach

Reagir não é suficiente quando a informação já é clara ou quando uma situação se instala. É a antecipação que pode trazer vantagens comparativas, evitando ao máximo surpresas para uma determinada organização sobre as quais já existia informação suficiente para que não fossem, efetivamente, surpresas.

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Pensar o futuro

A capacidade de estruturar um pensamento sobre o futuro, incorporando-o no planeamento estratégico e «refrescando-o», faz a diferença nos exercícios de Prospetiva e Cenarização. Mobilizando os agentes-decisores para a discussão e promovendo um movimento de transformação das «imagens do futuro» por eles detidas, potencia-se a aproximação a um cenário desejado ou a uma visão.

Esse trabalho de transformação tem como base processos com três caraterísticas fundamentais:

  1. Apelam à explicitação das referidas «imagens de futuro», isto é, do futuro antecipado pelos decisores que influenciam fortemente as suas decisões no presente;
  2. Questionam essas «imagens» através da introdução de nova informação no processo;
  3. Reconstroem «imagens de futuro», mais partilhadas e resistentes.

 

O caso da Shell

O caso da Shell de antecipação e reação rápida e coordenada ao choque petrolífero de 1973 é, muito provavelmente, o exemplo histórico mais famoso deste processo e do papel do Planeamento por Cenários.

Uma parte do referido processo de questionamento de “ideias feitas” tem como base perguntas como as seguintes:

  • Em que direção evoluem as tendências globais e as tendências setoriais?
  • Como é que estas tendências afetam a organização e o seu modelo/ideia de negócio?
  • Que posicionamento podemos definir face às tendências?
  • O que é que é necessário transformar, fazer diferente, deixar de fazer, fazer de novo?
  • Quais são as maiores incertezas que serão enfrentadas?
  • Quais as concretizações possíveis para essas incertezas?
  • Que elementos se podem considerar como «certos», em 2020?

Estas são algumas das perguntas genéricas que se podem colocar e às quais se pode tentar responder de forma estruturada, sendo que o próprio processo de resposta tem impactos muito relevantes no aumento da sensibilidade estratégica das organizações.

De facto, não é suficiente reagir quando a informação já é clara ou quando uma situação se instala. É a antecipação que pode trazer vantagens comparativas, evitando ao máximo «surpresas subjetivas», i.e. surpresas para uma determinada organização sobre as quais já existia informação suficiente para que não fossem, efetivamente, surpresas.

Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
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